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02 Dec
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O contingente de brasileiros abaixo da linha de pobreza atingiu o patamar de 29,4% da população — ou 62,5 milhões de pessoas — em 2021, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em pesquisa divulgada nesta sexta-feira (2). Destas, cerca de 17,9 milhões (ou 8,4% da população) estavam em situação de extrema pobreza.

Os números apurados representam um recorde desde o início da série histórica, em 2012.

Entre 2020 e 2021, segundo o IBGE, o aumento nos dois grupos foi de 22,7% e 48,2%, respectivamente. Em números fechados, o contingente de pessoas abaixo da linha de pobreza passou a incluir mais 11,6 milhões de brasileiros; o de extrema pobreza, 5,8 milhões.

Os critérios para definição das ditas “linhas” de pobreza e extrema pobreza são definidos pelo Banco Mundial. No primeiro grupo, são considerados rendimentos per capita mensais de US$ 5,50, dentro da lógica da paridade de poder de compra — ou seja, quanto cada moeda pode comprar em termos internacionais. No Brasil, equivale a R$ 486.

A linha de extrema pobreza já é de US$ 1,90, ou R$ 168 mensais per capita.Nos números consolidados pelo IBGE, a proporção de crianças menores de 14 anos abaixo da linha de pobreza atingiu o maior patamar da série histórica, a 46,2%. A de pretos e pardos, em 37,7%, é quase o dobro da proporção de brancos, de 18,6%.

No recorte por regiões do país, Nordeste e Norte lideravam as maiores proporções de pessoas pobres da população regional, com 48,7% e 44,9%, respectivamente. No Sudeste e no Centro-Oeste, um em cada cinco habitantes estavam abaixo da linha de pobreza. Já no Sul, o percentual foi de 14,2%.

A pesquisa do IBGE ainda apurou que o Índice de Gini — instrumento que mede o grau de concentração de renda — aumentou e voltou ao patamar de 2019, o segundo maior da série, indo a 0,544. O auge foi em 2018, quando atingiu 0,545.

Quanto mais próximo de zero, maior é a igualdade de renda.

Tamara Nassif do CNN Brasil Business