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google.com, pub-7850997522645995, DIRECT, f08c47fec0942fa0O Ministério da Saúde recebeu a notificação de um caso de paralisia flácida aguda de uma criança do município de Santo Antônio do Tauá (PA). A CNN apurou que, de acordo com as informações repassadas pela Secretaria de Estado da Saúde do Pará na quarta-feira (5), pode ser um caso de poliomielite causada pelo poliovírus circulante derivado de vacina.
O poliovírus circulante derivado de vacina por vezes é encontrado em populações que não foram completamente vacinadas. São chamados de ” derivados da vacina” porque são uma forma modificada de uma estirpe originalmente contida na vacina oral da poliomielite (VOP). A VOP contém uma forma viva, mas enfraquecida do poliovírus.
A paralisia flácida aguda (PFA) é uma síndrome clínica que em alguns casos traz sintomas como fraqueza nas pernas, dificuldade motora, alterações de despolarização que geram espasmos musculares e podem ser acompanhadas de atrofia muscular. Entre suas causas estão a poliomielite.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite encontra dificuldades de atingir a meta estabelecida de pelo menos 95% da população infantil menor de 5 anos.
A doença, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal está em torno de 60%.
De acordo com relatos feitos à CNN, a Secretaria da Saúde do Pará notificou o Ministério da Saúde, que deve enviar uma equipe de Vigilância em Saúde ao Estado para apurar o caso. Segundo o relatório clínico enviado à pasta federal, ao qual a CNN teve acesso, o paciente é uma criança de 3 anos de idade que tem registro de duas doses da vacina da pólio oral (VOP), sendo a primeira dose em 7 de junho de 2021 e a segunda em 20 de agosto deste ano, não constando registro de vacina da pólio inativada. Ou seja, a criança não estava com o esquema vacinal da doença completo.
Ainda segundo o relatório, a criança apresentou sintomas um dia após a segunda dose da vacina desenvolvendo uma paralisia flácida aguda com diminuição de força muscular na perna esquerda. Segundo o relatório da requisição de exames, foi relatado desnutrição e muito baixa estatura.A CNN procurou o Ministério da Saúde, que informou que deve se pronunciar em breve.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) –a agência internacional especializada em saúde pública das Américas–, a poliomielite, comumente chamada de pólio, é uma doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus selvagem.
Embora registrada no Brasil desde o fim do século 19, segundo o Ministério da Saúde, a poliomielite estava erradicada no território nacional, há três décadas. O último caso foi detectado em 1989 na cidade de Souza, na Paraíba.
Encerrada no dia 30 de setembro, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação chegou a ser prorrogada pelo Ministério da Saúde. Até o momento, segundo dados da plataforma LocalizaSUS, a cobertura vacinal de crianças está em 61,9%.
Com resultados apresentados desde 2016 abaixo da meta de imunizar 95% do público-alvo (14,3 milhões de crianças menores de 5 anos), especialistas já temiam a possibilidade da reintrodução do vírus no país.Em entrevista à CNN, no fim de setembro, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, afirmou que o risco da volta da paralisia infantil no Brasil é considerado alto.
(Colaborou José Brito) Kenzô Machida